segunda-feira, 31 de outubro de 2016

E de mim?


  São Paulo, 31 de Outubro de 2016

   Você sempre esteve aqui, como uma lembrança de um sonho bom, aquele que dá vontade de dormir e voltar a sonhar. Daqueles sonhos que permanecemos quase uma hora deitados na cama, imaginando dezenas, ou até mesmo centenas de finais felizes, isso quando queremos de verdade que tenha algum final, e não fazemos um loop infinito de sentimentos bons dentro de nós com esse sentimento.

   E de mim? O que você tem guardado?

   Eu ainda quero saber, de que adianta você ter meu coração, mas não ter o resto de mim...

   E os acordes de violão continuando sendo tocados e trocados a cada noite, dentro desse quarto vazio da sua presença, vazio de você. Estou cheio de mim, cheio das minhas desculpas esfarrapadas, cheio das mentiras que conto para mim mesmo, e finjo que consigo te afastar de mim. Mas como o sol de todo dia de céu aberto, a aurora da alegria anuncia mais uma chegada sua.

  Será que um dia conseguirei fazer de ti canção, e me lembrar com poucas melodias, como te carregar entre meus lábios, vindo fácil a memória, pois preenche meu coração? Sonhos, a vida me acorda de novo, mais um dia, mais uma memória, mas uma lembrança sua que não posso guardar...


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

São Paulo, 20 de Outubro de 2016


  São Paulo, 20 de Outubro de 2016

   Nunca, talvez seja uma contagem de tempo muito grande, para eu poder admitir que me apaixonei por você. E com todas as forças que tive para impedir isso de acontecer, ou com todas as respostas negativas que dei a mim mesmo, que algo dentro de mim poderia estar mudando, em algum ponto, eu perdi o caminho de casa e agora não sei voltar se não for com você.

   Uma vez aprendi que amar alguém, é como dar uma arma carregada nas mãos de uma pessoa e rezar para que ela não aperte o gatinho. E a vida me ensinou que muitas vezes é assim mesmo, mas que na maioria dessas vezes, o tiro realmente sai, tanto pela tangente quanto pela culatra. Realmente, amar é viver sobre arma carregada.

    E como dizer isso, sem dizer que te amo?
    Como acordar meus dias e evitar que você seja o primeiro pensamento de cada dia?
    Como imaginar uma vida, fazer planos, seguir um caminho, sem a necessidade de você aqui ao meu lado?

   E assim é viver como o seu fantasma, que dia após dia assombra dentro de mim, os quartos mais escuros da minha alma. A luz e as trevas dividindo o mesmo cômodo fechado que eu chamo de coração. Aquela que parece a infinita busca de algo para se encontrar.

   É como se eu estivesse a ponto de quebrar, como se a fé e a esperança fosse apenas uma. Como se eu tivesse te encontrado no mundo certo, mas no universo errado. Como se todas as galáxias que existem dentro de mim explodissem e o que era escuro tornasse eterna contraversão. É como se por um segundo eu pudesse soletrar letra por letra, e nesse espaço de tempo fazer explodir dentro de você tudo o que eu sempre quis dizer.


   Apenas não me despedace quando eu disser que a única que eu mais desejo é você...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O Preço da Dúvida


  São Paulo, 17 de Outubro de 2016

   Sabe aquele momento em sua vida, que as coisas parecem que irão se encaixar, mas que de alguma forma, tudo parece tão longe agora, mais do que eram no começo? É uma sensação de torpeza muito grande. Mas o quanto de dor podemos sustentar até quebrarmos de vez?

   Não adianta, temos que seguir em frente e viver, pagar o preço da dúvida e entender que a vida não é um roleta russa, que em algum momento certo na hora errada, vai disparar contra você. E estender as mãos para alcançar algo que não se vê, mas acredita que está lá em algum lugar, é um passo para o futuro.

   E entenda que antes de você se tornar a opção certa na vida das pessoas, elas tem que ter feitos milhares de outras escolhas erradas em sua vida. No fundo somos assim, nos sentimos assim. Quando eu serei a escolha certa na vida de alguém?

   Não somos apenas resultados das coisas que fazemos, ou daquilo que escolhemos. Somos também afetados pelas circunstâncias que nos rodeiam. E o mundo gira, a vida segue e a gente vive na dúvida...

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Desventura



  São Paulo, 10 de Outubro de 2016

   As vezes parece, que somos seres complexos, programados para errar, para errar e não sermos felizes. Como se existisse uma desventura que nos prende sempre no estágio inicial: "Encontrar alguém para ser feliz". Não que todas as pessoas sejam realmente assim. Existem sim os bem-aventurados no amor, aquelas pessoas que por mero acaso do destino, encontraram a pessoa que não apenas as completa, mas também as transborda.

   Mas nós, os desafortunados, continuamos seguindo, como se ainda fizesse sentido, usar a esperança como combustível, para encontrar o lapso no tempo, que vai nos aproximar do amor que tanto almejamos.

   Desventura, nossa busca por achar aquele alguém que podemos chamar de meu bem, minha vida, meu tesouro. Desventura, nosso sonho de que haverá alguém ai no mundo, preparado para nos aceitar como somos, imperfeitos.

   E dentro de uma conversa despretensiosa com minha mãe, ela me disse que muitas vezes, as pessoas não se sentem seguras de ter pessoais incríveis ao lado delas, como se de alguma forma, elas pudessem perder esse alguém especial. Engraçado, somos seguros, mesmo dentro de nossa insegurança, para que as pessoas se sintam protegidas. Mas na verdade, talvez seja nossa própria insegurança que nos impede de encontrar quem nos ame.

   A pessoa se sentir segura, de que, de alguma forma, não somos tão incríveis assim, somos imperfeitos como qualquer outra pessoa imperfeita no mundo. E mesmo quando, seguros de si, temos a profundidade do mar dentro de nós, que escondem nossos monstros, nossos temores, nossos receios.

   Desventura, a incrível arte de procurar por você...