quarta-feira, 6 de abril de 2016

São Paulo, 06 de Abril de 2016


  São Paulo, 06 de Abril de 2016

   Eu rasguei algumas fotos ontem, não apenas isso, antigas cartas de amor encontraram seu fim, dentro de um saco de lixo aqui dentro do meu quarto. Algumas palavras que eu não me lembro, letras de pessoas que não me recordo. Faz tanto tempo, e me dou conta que não entendi as entre linhas que a vida escreveu sobre minha própria vida.

   Tantos anos se passaram e não me recordo se tenho visto as mesmas pessoas por entre as estações da cidade, tudo parece tão estranho, sendo que permanece tudo tão igual. Aquela mesma senhora espera seu ônibus no ponto, aquela mesma mãe segura seus filhos e as mesmas pessoas passam apressadas dentro do insulfilme de seus veículos.

   E eu, depois de tantos anos, ainda não aprendi a lidar com meus próprios sentimentos, por isso, talvez, eu não saiba lidar com os seus. Desculpe, não consigo ser perfeito...

   Mas eu entendo, depois de tantas coisas que se passaram, eu aprendi, não é simples para todas as pessoas lidarem com determinados fatos. Descobrir um universo dentro de um universo. Conhecer você dentro de mim. Mas não entendo nem mesmo a mim, e como pedir para que você compreenda e arrume meu caos interior?

   Mas de muitas coisas que aprendi, uma delas é que seu ciúmes não é algo que deva me magoar, mesmo que seja difícil de lidar com você nesse momento, mas isso é um sinal de quem você gosta realmente de mim. Aprendi que nem sempre as pessoas irão me compreender, como eu compreendo elas, e isso não é errado, mesmo que me doa demais sentir isso.
  
   Aprendi que certos passados devem ficar para trás, mesmo que eu tenha dentro de mim, um coração que queira abraçar o mundo. Tem coisas que precisam realmente ficar para trás, para sempre. E eu aprendi isso da pior forma, entre lágrimas de saudades e arrependimentos.

   Sabe, eu ainda posso parecer um menino tolo, que acredita no amor, e que no final tudo vai dar certo. Mesmo que dentro de mim, tudo grite que a vida não é assim. Ainda assim, mesmo assim, eu acredito. Não entre em pânico! Fim.

   Fim? Mas que fim? Será que todo fim é um novo começo? E como podemos recomeçar, cometendo os mesmos erros do passado?

  Me desculpe, esse texto pode ficar um pouco maior que os outros, mas tem muitas coisas que eu ainda quero dizer, você pode desistir, não vou saber que você parou de ler a partir de aqui. Apenas vá em paz e fique bem, mas eu preciso abrir um pouco a janela da minha alma.

   Não está apenas em minhas mãos construir um futuro, eu preciso de você, eu preciso de vocês. Amor, amigos, colegas, leitores. Meus sonhos não são sonhos que devem ser sonhados sozinhos. Escrever um livro, compor uma canção. Como fazer isso sendo só no mundo?

   Eu sempre tive medo de ficar sozinho, não que isso vá realmente acontecer, mas a solidão me apavora. A maior causa de morte. Você consegue estar lá até o fim?

   Eu estou morrendo de amores, mas não conte isso para ela, talvez ela não entenda que eu morro de medo de fazer tudo errado e não ser capaz o suficiente para fazer ela feliz. Eu apenas gostaria de arrumar tudo dentro de mim, antes de deixar ela entrar. Mas como impedir se ela já possuí a chave? Caramba, não sei mais o que fazer, além de acreditar.

   Não, não entre em pânico!

   E pelo que eu me lembre, em algum planeta distante está apenas escrito, uma única mensagem deixada pelos nossos criadores:

   "Desculpe-nos pelo transtorno". Viver é realmente tão difícil assim?


#DiárioDaCidadeCinza



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