terça-feira, 6 de setembro de 2016

Apenas mais um de amor...


  São Paulo, 06 de Setembro de 2016

   No início, depois da criação do sol e da lua, também foram criados os meses. E antes que eles começassem a trabalhar, foi feita uma grande festa de apresentação. Cada mês, com sua característica peculiar. Janeiro com seus tons de laranja e amarelo intenso, Maio tão melancólico e até mesmo Julho que parecia sempre tão festivo.
   
   Nessa festa, Junho tão preguiçoso e despretensioso, de camisa com gola aberta, sem gravata, um jeans surrado. Tão sonolento que quase não repara em Dezembro. Ela era realmente linda. Cabelos negros, olhos tão azuis e calmos como de um céu azul. Seu vestido de um azul cintilante, tão lindo quantos seus olhos, todo rendado, ia até seus joelhos. Talvez tudo isso não tivesse tido nenhum tipo de efeito sobre ele, até que ela sorri.

   Junho, agora mais acordado, vai conversar com Julho, que lhe explica quem ela era. Junho já decidido vai conversar com ela. E a conversa corre bem, fluí bem. Ambos descobrem tantas coisas em comum, que talvez ninguém conseguiria repetir uma história de amor tão linda quanto aquela. Junho e Dezembro, talvez meses que tivesse que ficar juntos para sempre, se não fosse a divisão que cada um deles pegou. Junho seria o meio do ano e Dezembro seria o fim. 6 e 12, opostos, nunca mais se encontrariam.

   E antes que a decepção se abatesse sobre eles, Junho corre para o sol e lhe faz um pedido, que que desse a Dezembro, o dia mais longo do ano, para que ela nunca se esquecesse do calor do amor que ele tinha por ela. E em uma demonstração de amor tão grande quanto, Dezembro pede a lua que desse a Junho, a noite mais longa do ano, para lembrar-lhe em como a vida seria fria sem ela.

   O sol e a lua comovidos com tamanho amor, criam duas datas importantes. O solstício de inverno e o solstício de verão. Quando Junho recebe a noite mais longa do ano e Dezembro recebe o dia mais longo. Porque talvez, o amor seja isso, cada um dá ao outro seu sentimento. Enquanto alguns dão dias longos e quentes de presença, infelizmente outros podem apenas dar noites intensas e frias de ausência. Mas no fim, não haverá mais tempo, e assim Junho e Dezembro poderão ficar juntos, para sempre, mesmo que sem o tempo o pra sempre não exista, pois no amor, não importa se existe tempo ou para sempre, existe apenas um ao outro.


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