São Paulo, 11 de Setembro de 2016
Bom, são três horas da madrugada e mesmo relutando eu vou escrever. Talvez seja a melhor forma de me livrar um pouco de mim, e quando digo isso, falo da dor que eu carrego a algum tempo, mas vamos lá, isso não tem nada haver com o que eu quero dizer hoje.
Quando eu te conheci, passava por um momento muito difícil, claro que minha vida é um amontoado de momentos assim, mas mesmo assim, eu quis de alguma forma mudar um pouco tudo o que eu sentia naquela época. E guardo doce memórias de muitas coisas.
Sem metaforizar as coisas, vou ser bem sincero, aquele dia eu estava muito machucado, como nunca eu teria ficado. Foram tantas situações humilhantes que se passaram juntas e eu não sabia esconder todo sofrimento e desespero que passava aquele dia. Foi quando eu te vi, e foi simples, eu não queria parar de te olhar, mesmo brigando muito comigo mesmo e evitando que nossos olhares se cruzassem. Claro que falhei miseravelmente.
Eu sempre me apaixonei por olhos castanhos, não seria diferente não me apaixonar pelos seus. Mas seu sorriso, ele conseguiu mudar muitas coisas aquele dia. E depois de tudo o que aconteceu, e de um papo bem estranho, nos despedimos, eu apenas não queria tocar em frente minha dor.
Mas eu não conseguia parar de pensar em você. Depois de algum tempo nos encontramos de novo e novamente seu sorriso me pegou desprevenido. Já estava melhor, mas ainda assim, esses olhos e esse sorriso me roubaram de mim. Não que tenhamos jogado fora o papo, mas parecia que queríamos apenas conversar mais um pouco aquele dia, não deixar que aquela pessoa maravilhosa diante de nós fosse embora.
Bom, acho que já notou que tenho um fraco pelo seu sorriso, mas tudo bem. Agora preciso falar um pouco de mim. Eu sou bem inseguro sabia? Não sei como me enxergar, mas não me vejo tão bem. As vezes eu tenho apenas o desejo de te dar o mundo, nem que seja meu mundo. Te fazer rainha no meu castelo de pensamentos e sentimentos. Mas ainda assim, não sei se isso te faria feliz. Eu reluto comigo muitas vezes para te chamar para sair. O que será que você sentiria e pensaria com isso?
"Apenas arrisque, você pode se surpreender e até mesmo me surpreender". Eu sei, eu sei, mas dentro de mim isso não é tão fácil assim. Sabe, eu também gostaria de ser surpreendido. De ter um beijo roubado. Gostaria apenas de sentar e sentir que você deitou sobre mim para descansar. Me tornar seu porto seguro sabe. Mas queria sentir isso também. É um conflito interno, entre o que fazer, sentir e imaginar.
Eu fantasio muito, imagino muito e escrevo sobre isso. E dentro das paredes dessa cidade cinza, entre as flores que crescem nos asfalto e não são vistas, das cores coloridas das placas escondidas, do café, dos olhares que se cruzam e não se encontram. Eu disfarço meus sentimentos. Meus medos, minhas frustrações, minhas incertezas, meu amores que nunca serão conhecidos, meus beijos que nunca serão trocados. Esse diário é isso para mim, uma fuga, um catado de tudo o que sou, tudo o que tenho, tudo o que sinto. E jogo na internet como se jogasse confetes ao vento.
Eu sei que esse texto pode chegar a você e se eu tivesse um pingo de decência, eu nem usaria palavras escondidas em um lugar desconhecido. E diria o que sinto, o que penso. Mas me sinto tão chato, me sinto tão fraco. Sinto, mas sinto porque é verdade, que existem tantos homens, tantos caras legais, tantos caras que eu não sou um terço do que eles são. Que de maneiras diferentes, te fariam mais feliz do que um dia eu poderia fazer.
Amores não confessos, corações desconexos. Bom, esse é o fim, acho que não tenho mais o que falar aqui dentro dessas linhas. Vou continuar assim, provável que eu mude e de alguma forma que te diga o que se passa nessa cabeça. Mas já são três e vinte e quatro da manhã. Acho que chegou a hora de eu fechar a porta do meu coração por enquanto.
Posso não estar apaixonado por você sabe, pode ser apenas um desejo e devaneio meu. Tenho uma imaginação muito fértil. Mas essa é grande parte da janela do meu coração.
#DiárioDaCidadeCinza
Lágrimas jorram dos olhos...
ResponderExcluirNão consigo parar de ler!
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