quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

São Paulo, 28 de Dezembro de 2016


  São Paulo, 28 de Dezembro de 2016

   Produtos do que fazemos, coadjuvantes do que vivemos. Nossas vidas pautadas na ideia de que agradar o outro é a melhor forma de sermos felizes, desde que, ele expresse isso de volta. O que nos torna tão fantásticos?

   A ideia do amor?
   A ideia de amar?


   Talvez, se não fossemos suficientes, se não coubéssemos dentro de nós mesmos, poderíamos ser o que o outro precisa, aquilo que ele almeja. Ser mais que o objeto de desejo de outrem, ser a verdadeira resposta de uma oração. Se o amor deixasse de ser a pergunta e se transformasse na resposta. Se nossas vidas deixassem de ser vidas por nós.

   Somos protagonistas e não mais coadjuvantes de nossas histórias. Somos nós que damos o rumo do que queremos e não do que nos impõem. Que sejamos mestres, discípulos, artistas. Mas que acima de tudo, que possamos ver poesia em cada esquina da vida.

   O mundo é grande demais para se viver apenas da razão.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

São Paulo, 04 de Dezembro de 2016


  São Paulo, 04 de Dezembro de 2016

   Eu vim aqui para te dizer adeus, talvez seja a última vez que eu escrevo sobre você e para você. Mas tudo que foi nós um dia, não existe mais. Não são mais nossos filhos, nossa casa, nossos sonhos, nossa vida. Ultimamente é tudo tão singular, que não cabe um nós no nó que me tornei.

   E hoje, eu queria apenas dizer que não sei mais viver sem você, mas descobri que preciso fazer isso. Desculpe, eu irei mudar, sei que é tão repentino, mas eu preciso partir, preciso ir para bem longe daqui, quem sabe um dia você sente as doces batidas do meu coração. E por favor, não diga que não sei mais o que é amar alguém. Eu apenas aprendi que as folhas não caem se o vento não quiser soprar.

   Eu vou dirigir, sem saber para onde ir, mas sei que meu coração deseja que eu te encontre. Mas eu vou continuar, eu vou seguir em frente, eu vou aprender a amar de novo, vou aprender que apesar de toda escuridão a minha volta, alguém vai me encontrar. Obrigado, adeus.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

E de mim?


  São Paulo, 31 de Outubro de 2016

   Você sempre esteve aqui, como uma lembrança de um sonho bom, aquele que dá vontade de dormir e voltar a sonhar. Daqueles sonhos que permanecemos quase uma hora deitados na cama, imaginando dezenas, ou até mesmo centenas de finais felizes, isso quando queremos de verdade que tenha algum final, e não fazemos um loop infinito de sentimentos bons dentro de nós com esse sentimento.

   E de mim? O que você tem guardado?

   Eu ainda quero saber, de que adianta você ter meu coração, mas não ter o resto de mim...

   E os acordes de violão continuando sendo tocados e trocados a cada noite, dentro desse quarto vazio da sua presença, vazio de você. Estou cheio de mim, cheio das minhas desculpas esfarrapadas, cheio das mentiras que conto para mim mesmo, e finjo que consigo te afastar de mim. Mas como o sol de todo dia de céu aberto, a aurora da alegria anuncia mais uma chegada sua.

  Será que um dia conseguirei fazer de ti canção, e me lembrar com poucas melodias, como te carregar entre meus lábios, vindo fácil a memória, pois preenche meu coração? Sonhos, a vida me acorda de novo, mais um dia, mais uma memória, mas uma lembrança sua que não posso guardar...


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

São Paulo, 20 de Outubro de 2016


  São Paulo, 20 de Outubro de 2016

   Nunca, talvez seja uma contagem de tempo muito grande, para eu poder admitir que me apaixonei por você. E com todas as forças que tive para impedir isso de acontecer, ou com todas as respostas negativas que dei a mim mesmo, que algo dentro de mim poderia estar mudando, em algum ponto, eu perdi o caminho de casa e agora não sei voltar se não for com você.

   Uma vez aprendi que amar alguém, é como dar uma arma carregada nas mãos de uma pessoa e rezar para que ela não aperte o gatinho. E a vida me ensinou que muitas vezes é assim mesmo, mas que na maioria dessas vezes, o tiro realmente sai, tanto pela tangente quanto pela culatra. Realmente, amar é viver sobre arma carregada.

    E como dizer isso, sem dizer que te amo?
    Como acordar meus dias e evitar que você seja o primeiro pensamento de cada dia?
    Como imaginar uma vida, fazer planos, seguir um caminho, sem a necessidade de você aqui ao meu lado?

   E assim é viver como o seu fantasma, que dia após dia assombra dentro de mim, os quartos mais escuros da minha alma. A luz e as trevas dividindo o mesmo cômodo fechado que eu chamo de coração. Aquela que parece a infinita busca de algo para se encontrar.

   É como se eu estivesse a ponto de quebrar, como se a fé e a esperança fosse apenas uma. Como se eu tivesse te encontrado no mundo certo, mas no universo errado. Como se todas as galáxias que existem dentro de mim explodissem e o que era escuro tornasse eterna contraversão. É como se por um segundo eu pudesse soletrar letra por letra, e nesse espaço de tempo fazer explodir dentro de você tudo o que eu sempre quis dizer.


   Apenas não me despedace quando eu disser que a única que eu mais desejo é você...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O Preço da Dúvida


  São Paulo, 17 de Outubro de 2016

   Sabe aquele momento em sua vida, que as coisas parecem que irão se encaixar, mas que de alguma forma, tudo parece tão longe agora, mais do que eram no começo? É uma sensação de torpeza muito grande. Mas o quanto de dor podemos sustentar até quebrarmos de vez?

   Não adianta, temos que seguir em frente e viver, pagar o preço da dúvida e entender que a vida não é um roleta russa, que em algum momento certo na hora errada, vai disparar contra você. E estender as mãos para alcançar algo que não se vê, mas acredita que está lá em algum lugar, é um passo para o futuro.

   E entenda que antes de você se tornar a opção certa na vida das pessoas, elas tem que ter feitos milhares de outras escolhas erradas em sua vida. No fundo somos assim, nos sentimos assim. Quando eu serei a escolha certa na vida de alguém?

   Não somos apenas resultados das coisas que fazemos, ou daquilo que escolhemos. Somos também afetados pelas circunstâncias que nos rodeiam. E o mundo gira, a vida segue e a gente vive na dúvida...

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Desventura



  São Paulo, 10 de Outubro de 2016

   As vezes parece, que somos seres complexos, programados para errar, para errar e não sermos felizes. Como se existisse uma desventura que nos prende sempre no estágio inicial: "Encontrar alguém para ser feliz". Não que todas as pessoas sejam realmente assim. Existem sim os bem-aventurados no amor, aquelas pessoas que por mero acaso do destino, encontraram a pessoa que não apenas as completa, mas também as transborda.

   Mas nós, os desafortunados, continuamos seguindo, como se ainda fizesse sentido, usar a esperança como combustível, para encontrar o lapso no tempo, que vai nos aproximar do amor que tanto almejamos.

   Desventura, nossa busca por achar aquele alguém que podemos chamar de meu bem, minha vida, meu tesouro. Desventura, nosso sonho de que haverá alguém ai no mundo, preparado para nos aceitar como somos, imperfeitos.

   E dentro de uma conversa despretensiosa com minha mãe, ela me disse que muitas vezes, as pessoas não se sentem seguras de ter pessoais incríveis ao lado delas, como se de alguma forma, elas pudessem perder esse alguém especial. Engraçado, somos seguros, mesmo dentro de nossa insegurança, para que as pessoas se sintam protegidas. Mas na verdade, talvez seja nossa própria insegurança que nos impede de encontrar quem nos ame.

   A pessoa se sentir segura, de que, de alguma forma, não somos tão incríveis assim, somos imperfeitos como qualquer outra pessoa imperfeita no mundo. E mesmo quando, seguros de si, temos a profundidade do mar dentro de nós, que escondem nossos monstros, nossos temores, nossos receios.

   Desventura, a incrível arte de procurar por você...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Carta


  São Paulo, 23 de Setembro de 2016

   Bom, talvez mudar não seja tão ruim quanto parece. Espero que perdoe minhas escolhas, não que eu tivesse muitas escolhas a fazer, mas eu preciso mesmo me mudar. Na verdade, não estou indo embora, eu apenas estou mudando que sou, ou melhor, quem eu era.

   Porque, talvez o coração que se apaixona, como um trem, deva procurar uma nova estação para descansar. Procurar novas pessoas para interagir, um novo sonho para se sonhar. E como escrever para você esse adeus? Será que há alguma forma mais simples e menos dolorosa de se fazer isso?

   Eu conheci uma pessoa fascinante, você sabe como sou, sorrisos me encantam, da mesma forma que uma mente alimentada e uma alma sadia também. Não que eu tenha me arrebatado em outra história de amor, ou tenha me apaixonado. Mas a gente nunca sabe o que podemos encontrar nas esquinas de uma praça, em uma conversa despretensiosa.

   Obrigado por tudo que fez por mim, obrigado pelos sorrisos, pelas palavras. Mas nessa carta, me despeço de tudo que eu sentia por você.

   Obrigado amor...


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Apenas mais um de amor...


  São Paulo, 06 de Setembro de 2016

   No início, depois da criação do sol e da lua, também foram criados os meses. E antes que eles começassem a trabalhar, foi feita uma grande festa de apresentação. Cada mês, com sua característica peculiar. Janeiro com seus tons de laranja e amarelo intenso, Maio tão melancólico e até mesmo Julho que parecia sempre tão festivo.
   
   Nessa festa, Junho tão preguiçoso e despretensioso, de camisa com gola aberta, sem gravata, um jeans surrado. Tão sonolento que quase não repara em Dezembro. Ela era realmente linda. Cabelos negros, olhos tão azuis e calmos como de um céu azul. Seu vestido de um azul cintilante, tão lindo quantos seus olhos, todo rendado, ia até seus joelhos. Talvez tudo isso não tivesse tido nenhum tipo de efeito sobre ele, até que ela sorri.

   Junho, agora mais acordado, vai conversar com Julho, que lhe explica quem ela era. Junho já decidido vai conversar com ela. E a conversa corre bem, fluí bem. Ambos descobrem tantas coisas em comum, que talvez ninguém conseguiria repetir uma história de amor tão linda quanto aquela. Junho e Dezembro, talvez meses que tivesse que ficar juntos para sempre, se não fosse a divisão que cada um deles pegou. Junho seria o meio do ano e Dezembro seria o fim. 6 e 12, opostos, nunca mais se encontrariam.

   E antes que a decepção se abatesse sobre eles, Junho corre para o sol e lhe faz um pedido, que que desse a Dezembro, o dia mais longo do ano, para que ela nunca se esquecesse do calor do amor que ele tinha por ela. E em uma demonstração de amor tão grande quanto, Dezembro pede a lua que desse a Junho, a noite mais longa do ano, para lembrar-lhe em como a vida seria fria sem ela.

   O sol e a lua comovidos com tamanho amor, criam duas datas importantes. O solstício de inverno e o solstício de verão. Quando Junho recebe a noite mais longa do ano e Dezembro recebe o dia mais longo. Porque talvez, o amor seja isso, cada um dá ao outro seu sentimento. Enquanto alguns dão dias longos e quentes de presença, infelizmente outros podem apenas dar noites intensas e frias de ausência. Mas no fim, não haverá mais tempo, e assim Junho e Dezembro poderão ficar juntos, para sempre, mesmo que sem o tempo o pra sempre não exista, pois no amor, não importa se existe tempo ou para sempre, existe apenas um ao outro.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Para você...


   São Paulo, 05 de Setembro de 2016

   Você ainda não sabe, mas esse texto foi feito para você. Que ainda não se apresentou, apesar de eu já acreditar que está em minha vida. Pois, como eu poderia sonhar que existe alguém aqui, que divide um mesmo coração comigo, sem a certeza que ela já habita minha vida?

   É um simples sentimento, que está escondido no fundo de mim, e até mesmo me foi revelado através de sonho. Sonhar sempre em estar comprometido, mesmo que esse compromisso não exista ainda. É como se minha alma já previsse sua chegada, sua morada e o resto de nossas vidas juntos.

   Como se dois corações já estivessem conectados, esperando o momento em que os corpos farão isso. E eu estendo minhas mãos durante essas noites escuras, aonde meu coração procura consolo de toda tristeza guardada dentro de mim. E peço a Deus e a todas as estrelas que vejo no céu, um sinal da sua existência. Talvez seja por isso, que até nos meus mais terríveis pesadelos eu tenho sentido sua presença, mesmo sem saber quem é você.

   Só te faço um pedido, permaneça para sempre. Existe um espaço fora do meu peito, esperando sua cabeça para encostar e um espaço dentro do meu peito, esperando seu coração para repousar...

   Seja bem-vinda.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Será que eu sei?


  São Paulo, 02 de Setembro de 2016

   Ele, morador da comunidade. Cresceu nos corres da vida. Viu tanta coisa errada nessa vida que não caberia aqui. Batalhou, trabalhou desde pequeno para cuidar da família pobre da periferia.
   Ela, moradora de condomínio. Cresceu com a grande expectativa de seguir o pai, advogado bem sucedido. Viveu intensamente cada viagem que fez em suas férias, uma melhor que a outra. Desde de pequena, cobrada para cumpri seu papel na sociedade.

   Ambos prestam Fuvest. Ambos passam. Ele, pelo sistema de cotas, que uso sua nota que era uma das mais altas da turma. Ela, depois de estudar em colégios particulares e ter perdido várias horas em sua vida fazendo cursinho pré-vestibular. E talvez por mera coincidência, caem na mesma sala.

  Ele, depois de sair cansado do emprego e ter que pegar um ônibus lotado e ter demorado cerca de uma hora em meia no infernal trânsito de São Paulo, chega todos os dias para estudar. Ela por sua vez, vai de metro, apesar do pai insistir que ela deveria ir com o carro que ganhou. Mas ela prefere não ser mais uma nesse mar de gente, metal e poluição que se forma nas ruas.

   Ambos se olham, decidem trabalhar juntos no grupo que o professor pediu para que formassem. Vem as apresentações, se conhecem pouco, não precisam de intimidade, ainda mais por ser apenas mais um trabalho na faculdade.

   Com o tempo, as semelhanças começam a aparecer, discutir sobre futebol, gostos musicais, ou qual a melhor cerveja que se pode beber depois de um dia duro de trabalho, os aproxima. Tinham trocado os números de telefone para que pudessem marcar as coisas do grupo, mas com o tempo, foram seus aparelhos celulares que os aproximavam, enquanto não podiam ficar juntos.

   Era o início de mais uma história de amor...

   Bom, talvez não.

   Ele, morador da comunidade, ajudava uma O.N.G que ajudava as crianças de baixa renda. Infelizmente, o dono da O.N.G, filiado a determinado partido, também era envolvido com o tráfico da região, tinha o apoio da comunidade, pela ajuda que prestava.

   Ela, filha de um advogado renomado, que fazia doações a instituições de caridade e apoiava um determinado político, amigo de profissão, que infelizmente estava dentro de outro partido, envolvido em um sistema de corrupção.

   Infelizmente, nenhum dos dois partidos se davam bem. A comunidade contra o condomínio. Ele, por não poder retroceder e trair o movimento, permanece com sua ideologia política. "Eles não prestam por serem corruptos".

  Ela, tinha que proteger a integridade moral da família. "Como apoiar um partido que tinha como candidato, aquele que era conhecido como o chefe do crime na comunidade".

   Visões políticas. Ele não era um bom pretendente, era de esquerda, apoiador de causas sociais. Ela, não era tão diferente, como era filha da classe média paulistana, não sabia o sofrimento das pessoas e queria apenas enriquecer nas custas do pai.

   É, o fim de um linda história de amor. Pois não importava se ele era um bom rapaz, longe da criminalidade, que acordava as 5 da manhã para trabalhar, pegava dois ônibus lotados. Voltava depois da meia-noite, pois além do trabalho, ele era um cara estudioso.

   Da mesma forma que não importava o fato dela, boa moça, bem educada, que acordava as 6 da manhã para trabalhar também, e que de preferência, pegava transporte público, pois queria desafogar um pouco o caos que era a cidade. Trabalha em uma agência de publicidade, que tem foco em ajudar bairros carentes em outras regiões da cidade.

   Sim, muitas vezes o amor morre por um motivo estúpido como esse.


#DiárioDaCidadeCinza



sábado, 23 de julho de 2016

Apenas Mais Um...


  São Paulo, 23 de Julho de 2016

   Apenas mais uma madrugada com olhos, pensamentos e coração, ambos vazios, ambos perdidos no abismo que existe dentro de mim. Como se de alguma forma eu fosse achar as respostas que tanto anseio, que tanto espero. Como se por um passe de mágica, passasse um anjo e tudo mudasse.

   Somos especiais, na medida que as pessoas nos tornam pessoas especiais. Na verdade, apenas mais um. Apenas mais uma alma na multidão, apenas mais um sonho vagando pela cidade em tons de cinza, com sonhos inacabados, vivendo amores não compreendidos e desejos não realizados. Nem sempre somos a mudança que queremos.

   E apagar o que existe. Ser apenas mais um na multidão...



sexta-feira, 8 de julho de 2016

São Paulo, 08 de Julho de 2016


  São Paulo, 08 de Julho de 2016

   Ainda é poesia, dentro de mim habita aquele amor silencioso, como parte do sonho que não quis matar. Você ainda vive aqui dentro, como o sopro gelado que invade minha alma e refrigera toda a dor que eu já passei. Não anseio pelo final, ainda não, não nesse momento.

   E o desejo de dizer o quanto te amo. De dizer o quanto você é especial para mim. Como enxergar você, com meus olhos fechados e estender minhas mãos, para que enfim, pudesse te tocar e sentir que não é apenas mais um desejo meu.

   Não ser um mero devaneio, ou um poema perdido no ar. Não ser aquele velho verso escrito em uma folha de diário qualquer. Ser muito mais que nossos nomes escritos em um balão. Sermos nós, sermos quem sempre queríamos ser, um do outro.

   E sei que é inviável voltar ao passado, e tentar reconstruir, talvez se torne de alguma forma, mais trabalhoso que seguir em frente. Mas não ligue, eu sempre fui meio estranho mesmo e fazer as coisas como as pessoas acham que devem ser feitas, nunca foi o meu forte mesmo.

   Bom, provável que ter você novamente a minha frente, possa despertar o melhor de mim. E eu sempre vou dizer de forma silenciosa com meu coração, no instante que te olho diferente e dou aquele sorriso bobo, o quanto eu te amo e não sei viver sem você.


quarta-feira, 29 de junho de 2016

Para dizer que te amo...


  São Paulo, 29 de Junho de 2016

   - Você pode dizer o que eu fiz de errado dessa vez? - Perguntou Rodrigo perplexo com toda aquela sensação.

   - Você não sabe muito sobre o que vive dizendo né? Nunca sentiu o verdadeiro peso de suas palavras na vida de outra pessoa. Você realmente é muito egoísta. - disse Clara com seus olhos cheios de lágrimas.

   E o silêncio pairou no meio dos dois, como se aqueles dois balanços, estivessem na verdade separados por um abismo infinito. Nenhuma palavra, enquanto Clara olhava para o chão, Rodrigo apenas olhava para o alto e tentava juntar dentro de si tudo o que parecia estar confuso.

   - Na verdade Clara, eu nunca me entendi muito bem, quanto mais tentar entender outra pessoa, não sou perfeito, não sei como expressar o que vivo, pensou ou o quê eu sou - desviando o olhar para os carros que passam pela rua próxima, Rodrigo tenta conter as lágrimas que correm pelo seu rosto. - mas, quando eu digo algo, é simplesmente mostrando o que sinto de verdade e nem sempre sou compreendido por isso.

   Clara apenas pare seu balanço e tenta olhar para Rodrigo. "Mas que raio eu estou fazendo? Sou um idiota mesmo".

   O silêncio permanece entre os dois.

   - Sabe Rodrigo, tem coisas que não precisam ser ditas e outras sim, por exemplo, você já disse para tantas pessoas o quanto sou especial para você, ou o quanto me ama. Mas não entende como é bom ouvir isso vindo diretamente de você.

   Rodrigo estica sua mão, tenta tocar Clara, que simplesmente fica estática no lugar que está.

   - Eu sempre acreditei que palavras não precisavam ser ditas, principalmente quando entre duas escolhas, eu sempre optaria por você. Você não é apenas mais uma garota, você é meu mundo, é minha vida e tento de todas as formas mostrar isso para você. Tudo isso para dizer que te amo...

A noite caia na Cidade Cinza...



terça-feira, 21 de junho de 2016

São Paulo, 21 de Junho de 2016


  São Paulo, 21 de Junho de 2016

   E onde te encontrar? Por entre becos e esquinas, avenidas decoradas. Onde encontro o seu sorriso que me ilumina, ou o seu abraço que me acalma? Achar na calmaria do mar dos seus olhos, o complemento da minha alma, mas onde te achar?

   Eu sorri friamente, o que meus lábios diziam não era o mesmo aquilo que meu olhar escondida. É triste saber que poucas pessoas enxergam o estado de uma alma pelo seu olhar. Mas eu continuo na busca, a busca da luz que ilumina meu ser, meu querer.

   Porque na verdade, estou cansado de tantas aventuras, de achar em cada pequeno detalhe, detalhes que não existiam de verdade. De fato, eu sou um tolo. Acreditando que tudo pode mudar, que tudo vai ser o que imagino, que vai acontecer como eu sonho. E como achar, a sua luz, que dentro do meu peito tem brilho eterno?

   Assim é minha vida, aqui dentro de mim, aqui dentro da minha cidade cinza. Talvez quem sabe por essa cidade passe um anjo e por encanto abra suas asas sobre esse misero homem...

#DiárioDaCidadeCinza

domingo, 5 de junho de 2016

Junho...


  São Paulo, 05 de Junho de 2016

   Entrou Junho e junto dele, as doces lembranças de sonhos que não se realizaram. O que será que nós somos além de um amontoado de fracassos passados?

   Se de alguma forma, tivéssemos direito sobre as coisas que nos cercam, talvez quem sabe, Junho não teria nascido tão cinza para mim. Meio de ano e eu me pergunto se ainda verei cores novas nessa velha cidade dentro de mim.

   E são milhares de vozes dizendo dentro de mim: "Se mantenha firma, permaneça forte". Como se eu fosse obrigado a todo momento, segurar a porta que prende minhas fraquezas dentro de mim. Não, não consigo mais esconder coisas que são tão nítidas. Não há mais como disfarçar decepções, lágrimas, tristezas.

  É como se de alguma forma, aquela dor que toma conta do nosso coração, tivesse me aprisionado e não acho a chave para cela da minha prisão. Mas é o mês de Junho, que renova os sonhos, refaz a esperança.

  Talvez eu não precise mais segurar a porta, e dessa forma, posso permitir que tudo aquilo que há de mal saia e de alguma forma eu possa dizer "Seja bem-vindo Amor".

Junho...

#DiárioDaCidadeCinza


segunda-feira, 30 de maio de 2016

São Paulo, 30 de Maio de 2016


  São Paulo, 30 de Maio de 2016

   Mais um dia nasceu hoje, e com o frio, veio junto a sensação de solidão, não que estejamos realmente sozinhos com sete bilhões de pessoas no mundo. Mas quando você precisa acertar certas coisas dentro do seu coração, é necessário para um pouco para respirar.
   E o que eu tenho para te dizer?

   Vale a pena dizer que te amo, sem antes mostrar para você com minhas atitudes? Ou que tudo o que passou não significa nada demais, porque tudo isso não deu certo?

   Sabe, acho que amar alguém, é demonstrar a ela o tempo inteiro que há amor. Quem ama não cansa de mostrar o que quanto se ama, pode existir cansaço na convivência, no dia-a-dia, mas não no amor. Mas dentro das quatro parede de algum lugar, é difícil entender que o silêncio também é uma forma de amar. Que mesmo que eu não te diga hoje qual dor domina meu corpo, o fato de te abraçar ainda é minha forma de dizer que te amo.

   Mas hoje me sinto sozinho. Não, hoje eu estou sozinho, e conforme os dias passam, essa solidão aumenta um pouco mais. Porém eu não desisto. Pois o amor tudo suporta, tudo espera, tudo perdoa. E uma hora o amor é correspondido com amor.

#DiárioDaCidadeCinza



terça-feira, 24 de maio de 2016

Saudade...


  São Paulo, 24 de Maio de 2016

   Você consegue me ouvir?
   Ouvir o lamento que meu coração sussurra todas as noite antes de dormi?
   Saudade de você. Como um fantasma a me cercar. Seu lugar ainda está guardado dentro do meu coração. Da emoção, dos sorrisos trocados, enquanto estávamos deitados em um cama, na grama, na areia e eu sabia apenas te olhar. Mas você sempre foi o tipo de menina tímida, daquela que não gosta de ser olhada de frente o tempo inteiro.
   Saudade, lugar onde as batidas do meu coração vacilam e perdem o compasso, e cada passo que dei, foi em sua direção. Não que eu seja saudosista, mas sua presença faz falta, e só faz falta, porque ainda existe você aqui.
   Desculpe sabe, sempre me falaram que escrevo bem, mas eu me atrapalho, perco o prumo, não sei diferenciar norte do sul, nem esquerda da direta, sigo incerto sem direção e sem rumo. Não acho as cores que colorem minha cidade, nem as notas que compõem minha canção. Não acho razão, porque talvez, e só talvez, a razão que procuro é traduzida pelas loucuras do coração.
   Me disseram que era loucura me apaixonar, mas eles nunca entenderam que para se multiplicar, é necessário compartilhar. Segure a porta, se mantenha firme, segure seus sentimentos dentro do seu coração de vidro. Segure minha mão, transborde as lágrimas. Você sempre foi muito mais do que meu sonhos puderam me dizer, e cada um deles me trás de volta a você.

   São memórias não vividas, sonhos não compartilhados, uma vida sem sentido, sem você aqui do meu lado.

   Saudade, ainda é o lugar onde meu coração vacila...

#DiárioDaCidadeCinza



segunda-feira, 23 de maio de 2016

São Paulo, 23 de Maio de 2016


  São Paulo, 23 de Maio de 2016


   Ela acordou, cansada, como se as seis horas de sono que dormiu, não tivessem sido nada mais que meros minutos de mais um dia. Olhar pelo quarto e procurar o celular que estava tocando para informar que mais um dia de sua vida começou. Mais um dia, como se todos os outros dias tivessem passado em vão.

   Levantar, escovar o cabelo, se maquiar, escovar os dentes e se perguntar se vale realmente ir trabalhar em um lugar que ela odeia. Mas de que adianta se indagar? Junta a força de vontade que lhe resta e vai encarar o frio e cinza da cidade.

   Transporte público lotado, gente mal encarada, mais um dia na cidade cinza. Ela perdida entre as letras das canções e as letras do livro, no qual ela tentava sumir. Esquecer do passado recente e não tão recente, de sofrimentos acumulados. Como se fossem um estante de velhas antiguidades, cada lembrança em um lugar de destaque.

   Ela levantou seus olhos e com as mãos segurou a blusa, acanhada, sempre era assim quando olhava para ele, ali, diante dela. E como se brotasse cor no mundo, em apenas um instante, ela sorriu e se lembrou . Nem sempre é bom se apegar a lembranças do passado, muitas vezes o melhor a se fazer é viver cada dia do presente. Ela sabia disso, toda vez que colocava sua cabeça nos ombros dele.

   Renasce o amor...

#DiárioDaCidadeCinza


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Entre o Céu e o Abismo


  São Paulo, 18 de Maio de 2016

   E viver novamente, acreditar de novo, deixar para trás todas as dores que carrego no meu peito e o peso do mundo, que levo sobre meus ombros. A vida nunca foi fácil, mas sempre aprendi que devemos seguir em frente. Somos aqueles que construímos nossos rumos? Então porque a fé sempre foi caminhar acreditando que existe um chão?

   O que sobrou do meu coração? Sonhos. Esperança que um dia o mundo vai girar e na volta desse mundo, irei te ver sorrindo. Não, isso não é necessário para eu seguir em frente. Mas a esperança sim.

   Você já viu a fotografia de onde meu coração vive? Entre o céu e o abismo, o lugar onde meus pés podem vacilar e meus joelhos me sustentam. Onde uma mão me segura e uma voz sussurra para mim 'persista!'.

   Entre o céu e o abismo, onde eu ainda escuto o piano desafinado da minha vida tocar, onde meus sonhos cruzam com minhas decepções. Lugar onde não importa se eu sou bom o suficiente, ou se sou apenas mais um. Onde minhas lágrimas regam sementes plantadas em meu coração e eu creio que tudo vai ficar bem.

   Entre o céu e o abismo, onde minha fé vacila e eu não me reconheço mais. Onde eu me pergunto 'o que mais eu seria, senão seu?'. Entre o céu e o abismo, onde eu te vi, onde eu espero ansioso por você.

   Entre o céu e o abismo, o lugar onde eu apenas amo você...

   Entre o céu e o abismo...

#DiárioDaCidadeCinza



segunda-feira, 25 de abril de 2016

São Paulo, 25 de Abril de 2016


  São Paulo, 25 de Abril de 2016

   Lembra daquele piano que ouvimos? De alguma forma, você queria me dizer que ele estava desafinado, eu não entendia bem o que você me dizia na época, mas hoje eu reparo.

   Existem momentos na vida que o descompasso está dentro de nós, somos seres desafinados, tentando viver de forma harmoniosa, nossas vidas. Mas como podemos criar harmonia em meio ao caos?

   Eu ainda vejo aquelas crianças sorrindo de forma alegre, em meio ao concreto da cidade, se divertindo em brinquedos feitos de ferro e pedra. E eu carrego meu coração de forma tão concreta, que tenho perdido pedaços dele por aí.

   E você encontrará pela cidade, o despedaço de mim que escondi para você. Como uma doce poesia escrita sobre você. Pois é em meio a cidade cinza, que Deus vem colorindo minha vida com seus lápis de cor.

   Olhe, você consegue ver? Aquele poema pichado nos muros da cidade, são os versos que escondi para você.


#DiárioDaCidadeCinza


quarta-feira, 13 de abril de 2016

São Paulo, 12 de Abril de 2016


  São Paulo, 12 de Abril de 2016

   Uma vez eu me apaixonei por uma menina, mas eu era muito novo para saber o que realmente era amor. Ainda assim, acreditei eu que a amei por muitos anos, mas no fim, crescemos, ela teve uma filha com outra pessoa e eu fiquei sozinho.

   Depois, me apaixonei por uma menina de franja loira, ela parecia completar muitas das minhas expectativas, mas no fim, ela nem sabia quem eu realmente era para ela. E depois de uma situação frustrante, ela seguiu sua vida, teve um filho e está vivendo.

   Quando penso que não, me apaixonei pela minha primeira namorada, ela era linda, tudo nela me chamava atenção, me prendia. Mas meu coração dúbio, me roubou, me levou por caminhos por onde não deveria ir, ela cansou e se casou.

   Alguns anos depois, na busca pelo amor, achei ter me apaixonado por linda morena, mas nem água no tororó eu encontrei. Depois de um tempo, e nem por desavenças, deixei ela livre para partir, não havia porque segurar alguém em minhas expectativas.

   Seguido isso, amores que não eram amores, eram poses, eram carências, era o desejo que me tornasse objeto que eu não era. E das duas seguintes carrego a tristeza de não corresponder as suas expectativas. Acabou de forma amarga.

   E foram encontros e desencontros, beijos trocados, mentiras contadas e apenas o desejo da satisfação, o desejo pelo desejo e mesmo que sem envolvimento, levaram algo de mim. Até que construí com alguém uma ponte, mas a inveja nos cobriu com um muro e eu perdido do outro lado, fui em busca de satisfazer minha frustração de ter perdido algo importante.

  E me vi envolvido com quem já tinha feitos juras de um amor que não era amor. Foram muitos sorrisos e sonhos compartilhados, mas era sem gosto, era sem sal. E na vontade de colocar algo diferente em meio a tudo isso, quase perdi minha vida.

   Eu me apaixonei pela menina que tinha uma bela voz e por outra que me prometia aventuras. E não encontrei nem paz e nem sossego em nenhuma das duas. E me entreguei a quem estava igual a mim em fase de reconstrução. Bom, as obras estão em progresso, o relacionamento não.

   E sempre fui escravo assim, condicionado, marionete do meu próprio coração, que busca, se embriaga, vive de ressaca e não se sacia. Marionete do que sou, de quem sou. Quem eu sou?

   E me apaixonei pelo sorriso, pela beleza, pelo olhar, pelo abraço. Como quem junta tudo o que há de quebrado em mim e reconstrói, como se soubesse em qual lugar cada pedaço solto dentro de mim pertence. Como se eu pudesse juntar tudo em minhas mãos e me dar uma chance de novo. Mas eu continuo buscando, meu destino em meio ao brilho desses dias fugazes. Alguém pode me devolver a mim?

   Pois de você, apenas carrego poesias...

#DiárioDaCidadeCinza



quarta-feira, 6 de abril de 2016

São Paulo, 06 de Abril de 2016


  São Paulo, 06 de Abril de 2016

   Eu rasguei algumas fotos ontem, não apenas isso, antigas cartas de amor encontraram seu fim, dentro de um saco de lixo aqui dentro do meu quarto. Algumas palavras que eu não me lembro, letras de pessoas que não me recordo. Faz tanto tempo, e me dou conta que não entendi as entre linhas que a vida escreveu sobre minha própria vida.

   Tantos anos se passaram e não me recordo se tenho visto as mesmas pessoas por entre as estações da cidade, tudo parece tão estranho, sendo que permanece tudo tão igual. Aquela mesma senhora espera seu ônibus no ponto, aquela mesma mãe segura seus filhos e as mesmas pessoas passam apressadas dentro do insulfilme de seus veículos.

   E eu, depois de tantos anos, ainda não aprendi a lidar com meus próprios sentimentos, por isso, talvez, eu não saiba lidar com os seus. Desculpe, não consigo ser perfeito...

   Mas eu entendo, depois de tantas coisas que se passaram, eu aprendi, não é simples para todas as pessoas lidarem com determinados fatos. Descobrir um universo dentro de um universo. Conhecer você dentro de mim. Mas não entendo nem mesmo a mim, e como pedir para que você compreenda e arrume meu caos interior?

   Mas de muitas coisas que aprendi, uma delas é que seu ciúmes não é algo que deva me magoar, mesmo que seja difícil de lidar com você nesse momento, mas isso é um sinal de quem você gosta realmente de mim. Aprendi que nem sempre as pessoas irão me compreender, como eu compreendo elas, e isso não é errado, mesmo que me doa demais sentir isso.
  
   Aprendi que certos passados devem ficar para trás, mesmo que eu tenha dentro de mim, um coração que queira abraçar o mundo. Tem coisas que precisam realmente ficar para trás, para sempre. E eu aprendi isso da pior forma, entre lágrimas de saudades e arrependimentos.

   Sabe, eu ainda posso parecer um menino tolo, que acredita no amor, e que no final tudo vai dar certo. Mesmo que dentro de mim, tudo grite que a vida não é assim. Ainda assim, mesmo assim, eu acredito. Não entre em pânico! Fim.

   Fim? Mas que fim? Será que todo fim é um novo começo? E como podemos recomeçar, cometendo os mesmos erros do passado?

  Me desculpe, esse texto pode ficar um pouco maior que os outros, mas tem muitas coisas que eu ainda quero dizer, você pode desistir, não vou saber que você parou de ler a partir de aqui. Apenas vá em paz e fique bem, mas eu preciso abrir um pouco a janela da minha alma.

   Não está apenas em minhas mãos construir um futuro, eu preciso de você, eu preciso de vocês. Amor, amigos, colegas, leitores. Meus sonhos não são sonhos que devem ser sonhados sozinhos. Escrever um livro, compor uma canção. Como fazer isso sendo só no mundo?

   Eu sempre tive medo de ficar sozinho, não que isso vá realmente acontecer, mas a solidão me apavora. A maior causa de morte. Você consegue estar lá até o fim?

   Eu estou morrendo de amores, mas não conte isso para ela, talvez ela não entenda que eu morro de medo de fazer tudo errado e não ser capaz o suficiente para fazer ela feliz. Eu apenas gostaria de arrumar tudo dentro de mim, antes de deixar ela entrar. Mas como impedir se ela já possuí a chave? Caramba, não sei mais o que fazer, além de acreditar.

   Não, não entre em pânico!

   E pelo que eu me lembre, em algum planeta distante está apenas escrito, uma única mensagem deixada pelos nossos criadores:

   "Desculpe-nos pelo transtorno". Viver é realmente tão difícil assim?


#DiárioDaCidadeCinza



quinta-feira, 31 de março de 2016

Ela...


 Ela...
  Não é qualquer uma que entrou na sua vida, e nem outra qualquer que você vai achar por ai. Ela é aquele modelo único, que recusa imitações. E não ache que você é bom suficiente para ela, de tantas decepções, ela não acredita mais em príncipes que aparecem montados em cavalos brancos.
  Não que você também não seja interessante, mas convenhamos, ela é mais do que você pode sonhar em sua vida. E não adianta chorar, nem ao menos espernear, sua opinião só vale, quando ela te pergunta. E sem esse papo de "Acho que você poderia trocar de roupa" ou "uma mulher de verdade não faria isso". Quando você entender quem é ela, não precisará falar mais nada.
  Ela é mais que sonho de verão, é o travesseiro pro sonho do inverno, companhia perfeita para os passeios no outono e a razão para você colher flores na primavera. Ela é um bocado de coisa, sendo a coisa mais simples do mundo.
  Ela é sensível, mas só vai te deixar ver as lágrimas dela, se sentir em você um porto seguro, ou se em meio a tantas emoções, você destruir todo os castelo que ela criou, onde ela era rainha e você de rei se tornou mais um rude plebeu.
   Ela gosta de comer, e se lembre que coisas chiques e caras são importantes, mas não mais importantes quanto aquela ligação inesperada durante o horário de almoço, ela odeia falar no telefone, mas ela ama saber que você está ali pensando nela. E mensagens de madrugada, que não utilizem muitas palavras, dizer apenas que ela é um sonho que se sonha acordado é tudo o que ela precisa ouvir.
   Ela gosta de futebol sim, e ama torcer, mas odeia seu fanatismo. Ela quer que você faça o cabelo e a unha dela, não, você realmente não precisa fazer isso, mas ouvir ela, enquanto concentrada, ela conversa com você, quebra um galho danado.
   Ela gosta de ser elogiada, e não apenas na frente dos seus amigos, ela gosta mesmo de ser elogiada em qualquer lugar, mas não em todo momento, dizer que ela está linda apenas para provar para outra pessoa, que ela está com você, não pega lá muito bem.

   E não se esqueça jamais disso, ela pertence somente a ela, e o fato de você dividir parte do tempo dela com você, demonstra que sim, de alguma forma você é importante para ela. E não, por favor, ela não é sua propriedade e nem seu objeto de prazer. No fundo, é ela quem pode estar te usando assim. E um dica, se quer ela para sempre na sua vida, conquiste ela todos os dias. Só chega a princesa, quem conquista o castelo e vence todos os inimigos que a afastam de tudo.

  Sim, ela é incrível e sim, vale apena amar ela.

#DiárioDaCidadeCinza

Flor em meio ao Caos


  Lugar Nenhum, 31 de Março de 2016

   Desculpe, não tive tempo de arrumar muitas coisas aqui dentro, sei que está uma zona, mas procure um lugar para se encaixar, vamos conversar. Não repare as pilhas de livros jogados e empoeirados por ai, eu apenas não sei o que fazer com eles ainda.

   Eu nunca fui bom de mudanças, então pode ser que eu me perca um pouco, que eu viaje um pouco mais, é que as vezes as coisas se tornam tão confusas, que realmente não sei para que lado eu realmente devo seguir. Mas o que importa, você veio aqui pra outra coisa. Me desculpe.

   Alguns retratos na estante serão trocados, combina mais com minha alma mudar um pouco a ambientação. Pode ser que nesse meio tempo eu esteja ouvindo aquele velho disco antigo, traga coisas novas, vai ser bom ter novas experiências. E não se importe se em algum momento eu simplesmente te abraçar ou de alguma forma eu simplesmente me jogar no seu colo, mas um pouco de carinho tem me feito falta esses dias.

   Sabe, tudo tem se tornado lindo agora que você está aqui, mas eu ainda preciso acertar determinados detalhes, não sei como vou pagar o aluguel dessa nova morada, muito menos como vou me manter tantos dias comendo apenas porcaria, mas eu vou estar aqui sempre.

  E quando quiser vir, sinta-se convidada, a porta pode estar fechada, mas vou deixar a chave sempre ao seu alcance. E não resista, quando quiser aparecer, venha depressa, sua falta é sentida sempre.

   A vida é assim, mudanças, mas olhe que linda essa flor que brota em meio ao caos, ela nada mais é que você.

   É apenas o momento de dar um faxina na alma.


#DiárioDaCidadeCinza


terça-feira, 29 de março de 2016

São Paulo, 29 de Março de 2016


  São Paulo, 29 de Março de 2016

   É como se o outono escondesse algo dentro de si, levando memórias e deixando determinadas coisas para trás. Memórias me deixam, como as folhas que caem de suas árvores, mas meu coração se perde entre a selva de pedra.

   E eu que procurei entre tantos sorrisos, achar um que estivesse escondido. Fugindo entre os becos sem saída da minha alma, onde te encontrava em cada outdoor, cada manequim, cada silhueta distante. E quantas vezes não olhei para ter certeza que não era você ali?

   O pendulo balança, como que para lembrar que o tempo segue e eu continuo correndo atrás de sombras do passado. Mas você ainda está aqui, de alguma forma, sorrindo gentilmente para mim. E eu me apeguei a memória desse sorriso, a memória de você aqui ao meu lado. Mesmo que tudo isso tenha sido criado dentro de mim.

   E mesmo que o tempo me carregue e que sejam levados de dentro de mim todas essas folhas que caíram, eu ainda estarei aqui, esperando por você, pois o que mais eu sou, se não seu?

  Eu não desistirei de você...


#DiárioDaCidadeCinza


quarta-feira, 23 de março de 2016

São Paulo, 23 de Março de 2016


  São Paulo, 23 de Março de 2016

   A chuva cai na cidade, tornando assim visível o apelido de terra da garoa. Garoa, chuva, deságua, transforma meu coração em águas, enquanto as pessoas passam de forma rápida ao meu redor, meu coração contrastante com a cidade, denuncia porque meus passos são lentos.

   E em cada janela de um apartamento, entre luzes acessas e apagadas, se escondem histórias, transcrevem memórias. Pessoas que vivem, choram, sofrem, sorriem. Apenas vivem. Como cada um de nós, heróis para uns, vilões para outros.

   Enquanto a chuva caí e o trânsito se forma, pessoas que passam na sua pressa de sempre, com seus guarda-chuvas pretos, rosas, coloridos. Guardando-nos da chuva. Corações se dividem uns com os outros para multiplicar doces sensações. Conforto, amor. Tristezas são postas a mesa, é como se estivéssemos em um divã, trocamos nossos traços, dividindo copos gelados com cerveja.

   Amores, amantes, noivos, casais, namorados. Cada um roda, cada um samba, cada um dança. Alguns começam enquanto outros terminam. Alguns se reconstroem enquanto outros se destroem. E meu coração ainda dança com a chuva que caí, como se de alguma forma, igual ela une céus e terra, eu pudesse aprender de que forma poderia me unir a você.

   O celular vibra, o coração se aperta, como se de alguma forma desejasse que fosse acontecer. De modo discreto, retiro ele do bolso. Sorriso trocado, ele se forma quando vejo que é você.


#DiárioDaCidadeCinza


sexta-feira, 18 de março de 2016

São Paulo, 18 de Março de 2016


  São Paulo, 18 de Março de 2016

   Corações que balançam dentro de uma noite quente, ao nosso modo, procuramos um simples momento um com o outro. Não que o mundo deva se importar com isso, mas não podemos saber o que vai acontecer amanhã, sem ao menos tentar fazer algo hoje. E de uma forma simples, buscamos fazer o que queremos.

   As luzes dessa cidade, ainda se parecem com estrelas na terra, dividimos nossos desejos a cada estrela cadente que repousa em algum lugar do outro lado do céu. E você está aqui, como se estivesse sorrindo entre os meus braços, durantes milhares de anos.

   E eu esperei, estive paciente, calmo, do meu lado. É como se fosse um velho caso de amor, mesmo que não tenha nada de velho nisso. Duas almas que se encontram, se juntam, se assemelham e de alguma forma, querem estar completas. E não queremos saber como vai ser o fim, se não vivermos os meios.

   Os olhares cintilam, o desejo cresce, a noite desvanece. Não conto os minutos para saber quando estaremos juntos, conto com o tempo para saber se ao acordar ainda existirá esperança. Apenas me de a doce sensação de segurar sua mão novamente.

   Eu ainda estou aqui...


#DiárioDaCidadeCinza


quarta-feira, 9 de março de 2016

Em Lugar Nenhum, 09 de Março de 2016


  Em Lugar Nenhum, 09 de Março de 2016

   Quantas vezes você já acordou em um lindo dia de sol, mas simplesmente o dia não era tão lindo assim? Ou ao menos, não tão claro quanto realmente deveria ser. Existem dias que levantar da cama foi a pior decisão que tomamos.

   Não que a gente realmente não queira que nossos dias sejam todos luminosos, mas nem sempre é assim que acontece. E lidar com a solidão que assola nossa alma, e não adianta estar cercado por ninguém, que nada, ou ninguém, consegue ver dentro de você.

   O que sobrou de mim, além de sonhos?

   E lidar com um dia chuvoso, não que hoje realmente tenha chovido, mas olhar de frente para tudo o que acontece e continuar acreditar que vai dar certo de alguma forma, se torna cada dia mais improvável.

   Só quem já conheceu seus dias de sol, sabe quando passa por dias de chuva. E quem se torna corajoso pra pegar um guarda-chuva e enfrentar ao seu lado a tempestade que existe dentro de você?  Sim, não só de dias claros são feitas nossas almas. Chove aqui dentro, mas a sensação de solidão é o pior frio que existe.

   E não adianta apenas palavras, não adianta apenas dizer coisas bonitas, frases feitas para agradar. Temos que buscar, mais uma vez nos reencontrar.

   Me perdoe, acho que falei demais...

#DiárioDaCidadeCinza


quinta-feira, 3 de março de 2016

São Paulo, 03 de Março de 2016


  São Paulo, 03 de Março de 2016

   O coração oscila, como se pudesse caminhar sozinho em qualquer direção. E ainda dentro das ruas dessa cidade agitada, eu consigo a linda proeza de me perder dentro de mim. Falso, acreditar que com minhas mãos eu posso alcançar o que sempre desejei minha vida toda.

   Meus pensamentos ondulam, como se alguém tivesse jogado algo pesado no meu lago de tranquilidade. Você apenas está aqui e já causa tantas sensações diferentes em mim. Não posso esperar mais nada, apenas que algo de certo enfim.

   É errado desejar um pouco mais do que antes?

   Antigos casos de amor cruzam nossos dias, e somos todos tolos, apenas desejando que as coisas sejam como antes. E você estava certa, algumas pessoas optam por ir embora, mesmo não querendo aceitar o fim.

   Mas dentro desses dias fugazes, quero apenas alguém sorrindo docemente entre meus braços. Desejando um pouco mais do que antes. Na verdade, eu sou um tolo, pois não sei como vai ser o amanhã. Eu andei assustado por muito tempo, até encontrar você.

   Não, não é errado desejar um pouco mais do que antes.


#DiárioDaCidadeCinza



domingo, 28 de fevereiro de 2016

Outro Lado da Porta




  Lugar Nenhum, 28 de Fevereiro de 2016

   Sua bagunça me bagunça, mas é como se o nosso silêncio falasse muito um para outro. Você permanece do outro lado da porta e eu apenas sentei e escorei nela, imaginando tudo o que acontece ai dentro. E me pego pensando se consegue ver as estrelas como vejo daqui de fora.

   Você tem um jeito fantástico, um sorriso que atraí as pessoas a você. Não sei se já te disseram isso, mas acho que o mundo seria um lugar tão gostoso de se morar, se todas as pessoas tivessem esse mesmo sorriso. Talvez por isso eu me pegue tão atraído por você, a única a sorrir assim.

   E não adianta, você nunca vai ser encaixar no padrão ideal, você é muito mais que isso. Existe tanta luz dentro de você, uma luz única, que preenche, que enche. Mas você nunca vai encher ou se sentir completa, não enquanto não achar em outra pessoa uma luz assim.

   E quem conhece seu coração de vidro, sabe que muitas vezes palavras não bastam. Você já derramou lágrimas demais por pessoas que realmente nunca mereceram nem ao menos um sorriso seu. E de alguma forma, você se culpa por isso. Mas esquece que todos já fomos enganados um dia.

  Só você conhece os caminhos que caminhou e se lembra de cada passo que deu. Mas isso não muda o fato de que ainda tem poder para conquistar mais, para fazer mais, para provar, não para o mundo, mas para si mesma, que a felicidade podemos encontrar em qualquer lugar da vida.

   Derrube muros, aprenda a fazer algo novo, sorria mais, quebrar a cara é natural da vida e muitas águas ainda vão rolar. E nenhum lugar e nenhuma pessoa pode roubar o que de bom existe em você, mesmo que não consiga enxergar, eu sinto isso aqui dentro. Você tem poder para conquistar os céus.

   Obrigado por sorrir sempre assim, gravei um lindo retrato seu dentro de mim.


#DiárioDaCidadeCinza

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Feche esse guarda-chuva


  São Paulo, 25 de Fevereiro de 2016


   Sorriso escondido na névoa, quem enxerga realmente o que existe por trás de tudo isso? São olhos tristes, contrastando com tudo o que você tenta demonstrar. Aquele velho baú, que você mantem escondido dentro do seu peito, guardando todas as coisas que se tornaram especiais para você.

   Não que eu tenha reparado muito, tudo bem, eu reparo em muitas coisas. Mas tem um jeito no seu olhar que cativa, um sorriso que contagia, talvez por isso tantas pessoas se apaixonem por você. Pena que nem todas elas vêm a dor que você carrega por dentro.

   Eu te vi ali, distraída com tantas coisas, mas sua mente realmente não se encontrava em nenhuma delas. Ela estava um pouco mais além, como se de alguma forma, eu pudesse compartilhar todos os pensamentos barulhentos que transitavam entre sua mente e coração, mas que seus dedos não eram rápidos o suficientes para digitar na tela daquele celular.

   Talvez por isso, tenhamos encontrado tantas afinidades e tantas disparidades, sonhos conflitantes e alucinantes dentro de nossos peitos, vontades tão diferentes de fazer coisas tão parecidas. A divisão de uma mesma alma em dois corpos.

   Apenas se lembre, que diante de tantas confusões e caminhos que a vida nos trás, sempre haverão folhas a indicar nosso destino, e mesmo fugindo, ainda caminharemos bem, pois não existe nada melhor que nós.

   Duas partes de um mesmo todo, eu te transformei em palavras. Agora feche esse guarda-chuva, nem tudo que caí sobre nós, vai realmente nos fazer desistir e até mesmo a terra precisa da chuva para se renovar.


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domingo, 21 de fevereiro de 2016

São Paulo, 21 de Fevereiro de 2016


   São Paulo, 21 de Fevereiro de 2016


   E a cada dia que se passa nessa cidade, procuramos cada vez mais um motivo para seguir em frente. Somos os esquecidos, aqueles lembrados por poucos. Você sabe o que quero dizer com isso, de uma forma ou de outra, você também já se sentiu usado assim como eu.

   Não que sejamos realmente assim, mas nossa natureza não deixa fugir disso. Reparei isso ao te ver no fim do ônibus, provavelmente estava voltando do seu serviço. Eu olhei seu semblante e mesmo que tente disfarçar, eu consigo decifrar seus olhos.

   Você apenas precisa de amor, de alguém que te olhe fundo nos olhos e entenda. Não mais se sentir usada, não mais se sentir mais uma. É apenas um rosa quebrada em meio a multidão da cidade, onde ninguém te enxerga, ou apenas finge não ver.

   E o que esperei de você?

   Somos apenas metades, vivendo nossos dias de forma fugaz, como se algo pudesse realmente concertar o que passamos. E vivemos esperando pela chuva de estrelas cadentes, para poder fazer todos os pedidos que pudermos fazer.

   Você se lembra?

   Eu apenas me apaixonei pela sua forma gentil de sorrir. Mas tudo a seu tempo, quero apenas te convidar para tomar uma dose de universo sem fim. A chuva de estrelas cadentes existem dentro de cada um de nós, nossos desejos são únicos, são nossos. Tantos os meus são apenas pedindo por você.

   Será que o céu vai sorrir gentilmente para mim?
     Quem sabe algum dia...

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